As Coisas Sempre Melhoram
- Thaís Almeida
- 24 de jul.
- 1 min de leitura
Pra hoje escrever bonito, já encarei meus próprios abismos e às vezes, ainda encaro.
Já desci fundo nas minhas escuridões, me perdi no turismo interno do meu próprio organismo e, sozinha, precisei aprender o caminho de volta à superfície. Pra enxergar bonito, antes precisei enxergar feio.
Tem dias em que escrevo pra eu mesma acreditar. Não porque tenho todas as respostas, mas porque sei que há perguntas que só se clareiam quando a gente passa por elas. Não acho que a jornada seja feita só de flores e cores. Tem dor que fede antes de perfumar. Tem parte da gente que precisa esquentar muito, muito e muito, antes de se elevar.
Às vezes, o que a gente expressa não é leve, é denso, é nu, é real. Mas há beleza também no se quebrar. Há dignidade no processo.
Um amigo me disse ontem: o tempo faz bem, não porque livra a gente de viver o que é difícil, mas porque ensina a atravessar com mais consciência, aceitando quem a gente é, com menos luta e mais verdade.
No meu livro, a protagonista passa pela prova de fogo e o próprio fogo diz a ela:
"pra manter o que é verdadeiro, é preciso renascer das cinzas." E renascer das cinzas exige permitir a queima. É assim que se abre espaço pro novo.
Então não, eu não anulo o que foi duro. Não apago a dor nem romantizo o processo.
Mas de tudo o que venho aprendendo, tem uma frase que hoje já consigo repetir, sem resistência: as coisas sempre melhoram.
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